Evolução tecnológica proporcionou o desenvolvimento de softwares dautomação para projetos de instrumentação
A década de 1980 testemunhou o surgimento da microinformática e consequente desenvolvimento e democratização dos computadores pessoais. A crescente demanda por processos informatizados, objetivando os ganhos de produtividade que a ferramenta proporcionava, fez surgirem softwares que auxiliassem nos processo de elaboração de projetos. Os sistemas CAD (Computer Aided Design – Projetos Auxiliados por Computador) ganharam terreno e vieram acrescentar um ganho significativo de produtividade. Aliado a esse movimento, surgiu no período a intensa busca por uma nova concepção e visão de empresas, nas quais não só o seu Capital Financeiro, mas também o seu Capital Intelectual deveria estar protegido, surgindo a Gestão do Conhecimento. Com o objetivo de reunir, em uma mesma plataforma, as ferramentas computacionais para o desenvolvimento de projetos de instrumentação, todo o acervo técnico que lhe deu origem e as melhores soluções adotadas em cada caso, surgiram os Softwares de Automação de Projetos de Instrumentação. A Petrobras, através da Unidade de Negócios do Rio de Janeiro (UN-RIO), adotou softwares de desenvolvimento de projetos reunindo todas as etapas, desde a elaboração do projeto conceitual (Projeto Básico) até sua real construção (As built). A utilização de softwares de projeto é abrangente, pois agrega módulos especialistas que conseguem trocar entre si dados comuns, permitindo uma melhor gestão dos projetos.
Dentre esses módulos especialistas, é possível citar o software para automação de projetos de instrumentação chamado SPI (SmartPlant Instrumentation), desenvolvido pela Sisgraph (antigo INtools). Ele consiste em um banco de dados (Base Oracle ou Sybase) contendo as características de cada componente das malhas elétricas e os pontos onde se interconectam. Uma malha elétrica é um circuito fechado que possui o conjunto de componentes e suas interconexões, que pode realizar uma determinada funcionalidade no fluxo do processo (ex. medição de temperatura no tanque de água quente). Ela pode se constituir de um só instrumento ou uma gama deles, que se complementam entre si na consecução dessa funcionalidade. Por se tratar de um banco de dados, é possível migrar essas informações para outros softwares especialistas, assim como manipulá-las para se obter dados gerenciais.
O intercâmbio de informações é, por característica, universal e, por ser concebida em plataforma Windows, permite que os dados sejam manipulados em qualquer software desenvolvido para essa plataforma. O sistema apresenta uma grande funcionalidade, a customização em todas as etapas, gerando versatilidade na sua aplicação. A Petrobras utiliza uma customização desenvolvida por ela e distribuída aos parceiros, com o codinome de SEMENTE.
Essa adaptação proporciona uma padronização de tipos de instrumentos, modelos de cabos e multicabos e relatórios, tais como:
Diagramas de Malhas;
Diagramas de interligação;
Lista de E/S;
Lista de cabos;
Folhas de Dados dos instrumentos;
Detalhes típicos dos instrumentos (Hook up);
Lista de alarmes;
Lista de instrumentos;
Esses relatórios têm um formato pré-definido pelos templates fornecidospela Petrobras, junto à customização padrão. Ela fornece, ainda, umabiblioteca de símbolos de instrumentação, que irão figurar nos diagramaselaborados. São utilizadas planilhas de importação de dados desenvolvidas paramigração de informações dos projetos existentes, nos quais o público quemanipula não precisa estar familiarizado com a ferramenta. Ao mesmo tempo,pode-se contar com as facilidades operacionais para formatação dessasinformações. O banco de dados, por suas características de multitarefas e múltiplosacessos simultâneos, permite que os projetos possam ser desenvolvidos emambientes corporativos por vários projetistas ao mesmo tempo. Há, hoje,exemplos de projetos de grande porte no qual o banco de dados fica residenteem um determinado país (França) e os projetistas elaboram seu detalhamentoem outros países (Índia, Brasil e Austrália) de acordo com a expertise de cadaum.
Altus: pioneira no uso da ferra
A Altus é hoje a única empresa na Bacia de Campos que desenvolveprojetos com a utilização de software especializado. O ineditismo lheproporcionou a possibilidade de realizar a modernização da Plataforma dePargo, com cerca de 7 mil itens de instrumentação e a inclusão das folhas dedados dos instrumentos hoje existentes na plataforma de P-31 (cerca de 9 militens). Em breve, teremos uma Plataforma já operando totalmente em SPI (P-31) e até o meio do próximo ano estará finalizada a segunda plataforma comtodos os dados de instrumentação e automação disponibilizados nestaferramenta (Pargo A e B). A Altus conta com um representante técnico especializado em SPI, juntoao suporte técnico da Bacia de Campos (ENGP/IAP). Ele auxilia a Petrobras naimplantação da ferramenta e provê suporte operacional às empresasinteressadas na sua utilização, criando fóruns onde se debatem as técnicas,normas e padrões desenvolvidos.
Nesse fórum, também se discutem as cláusulas regulatórias que estarão contidas no escopo dos novos contratos, que tornarão obrigatório o uso da ferramenta. Além disso, o técnico participa na análise e auditoria dos dados de projeto recebidos das projetistas.
Alfredo Jose Fonseca – Projetista de Aplicação – Altus
Wagner Fernandes Esteves – Projetista de Aplicação – Altus
Incluído no site em 22 de novembro de 2009.
fonte: www.isarj.org.br